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    O que fazer para superar a dor da perda?

    É possível diminuir a dor sem deixar pra trás as lembranças vividas? Chorar demais é normal? Confira o que dizem os psicólogos

    Dor da perda

    Independentemente da crença de uma pessoa, a perda de alguém querido proporciona uma dor a nível profundo, pois ajustar a vida com a ausência da pessoa que tanto amamos não é tão fácil. No entanto, surge um questionamento: o que fazer para superar a dor da perda? É possível recomeçar?

    Especialistas afirmam que sim e mais: eles avaliam que o luto é uma fase importante que envolve a negação, a raiva e a tristeza, mas que tende a se concluir com a aceitação e é esta aceitação que faz toda a diferença na superação do luto após a perda de um ente querido. Não existe um tempo determinado para superar a dor do luto, alguns superam rápido, outros demoram um pouco mais. 

    Pensando nesse contexto, trouxemos para você um conteúdo de orientação sobre o que fazer para superar a dor da perda, levando em consideração que esse é um processo de compreensão que exige resiliência. Acompanhe!

    O que especialistas afirmam sobre o luto?

    Não existe um tempo certo nem uma regra pronta quando o assunto é superação. A psicóloga e especialista em Saúde Mental Sandra Midori afirma que cada pessoa tem uma maneira particular de lidar com o luto.

    Há pessoas que relatam um vazio profundo após a perda do ente querido, outras acabam entrando em depressão. "É um assunto complexo, avaliamos que a morte pode gerar crises em nossa própria existência", relata a especialista.

    Por outro lado, a psiquiatra suíça Elisabeth Kübler-Ross enxerga o luto como uma maneira diferente: ele é o tempo de encontrar o verdadeiro sentido da vida, para que assim possamos nos tornar pessoas melhores.

    A psiquiatra, que trabalhou por muitos anos com pacientes em fase terminal, destaca que: “é importante que pacientes, familiares e amigos compreendam que a morte pode ter um sentido simbólico transformador, dentro e fora de nós mesmos”.

    Para ela, uma boa maneira de superar a dor da perda é escrever sobre esta dor, já para outras, uma boa opção é recorrer a cartas de despedida, filmes, orações ou algum vínculo religioso que possa ser favorável.

    Quais são as fases emocionais do luto?

    Quem está passando pelo processo de enlutamento ou acompanha alguém nesse momento sabe que, às vezes, é melhor só ouvir, participar de forma mais paciente, demonstrar apoio, ou seja, propiciar momentos que demonstrem cuidado e apoio sem invasão de espaço.

    Para isso, descrevemos abaixo as fases do luto, assim você poderá compreender melhor como ocorre esse processo. Veja!

    Negação

    Essa é a fase inicial do luto. No primeiro instante, é natural que ocorra a negação, processo em que a pessoa costuma se fechar para o mundo e não aceita de forma alguma a ideia de que aquela pessoa querida se foi. É difícil ter que aceitar e conviver com a nova realidade, no entanto, a negativa só prolonga o sofrimento e distancia a pessoa cada vez mais da superação.

    Revolta

    Após a fase da negação, a pessoa já está mais conformada com o fato de que terá que adaptar sua vida sem a outra. É nesse momento que entra a revolta, misturada com uma raiva do que aconteceu pelo fato de não poder ter feito nada para evitar o ocorrido.

    Negociação

    Após passar pela fase da negação e da raiva, a pessoa entra no estágio chamado de negociação. Nessa fase, ela começa a pensar em possíveis soluções para dar continuidade à sua vida. É um período de acordos internos. Em sua maioria, essas negociações estão voltadas a questões religiosas.

    Melancolia

    Grande parte das pessoas possui uma mistura de sentimentos: melancolia e culpa, impotência e desesperança. É nessa fase que algumas pessoas entram em depressão, necessitando de alguma intervenção médica.

    Sabemos que para chegar ao período da aceitação existe um longo processo. Por isso, listamos algumas coisas que você pode fazer para passar mais rápido por esses períodos. Confira:

    • não se culpe;
    • adapte-se à nova rotina;
    • desenvolva sua Inteligência Emocional;
    • compartilhe seus sentimentos;
    • evite se isolar;
    • reorganize sua vida sem pressa;
    • não se sinta culpado por ficar triste;
    • não se sinta culpado por estar feliz;
    • considere a ajuda profissional.

    Aceitação

    Essa é considerada a fase final do luto, um período em que a pessoa consegue ter uma visão mais ampla e aceitar o fato. No lugar do desespero entra a serenidade e, nesse período, a pessoa encara a situação com mais consciência. Sabemos que enfrentar as fases do luto não é tarefa fácil e requer muita paciência e, acima de tudo, tempo. O luto se manifesta de maneiras variadas, de pessoa para pessoa. Assim, é importante que essa dor seja respeitada.

    Como superar a dor da perda?

    Após um falecimento, algo é certo: haverá dor. Agora, como essa dor será vista e tratada é o que determinará como a sua vida seguirá dali para frente. Acompanhe abaixo algumas orientações fundamentais para esse momento.

    Saiba o que é terapia do luto

    A terapia do luto tem como objetivo auxiliar as pessoas a saírem do luto, não necessariamente um luto apenas pela perda de um ente querido, mas o luto no sentido geral da palavra, seja pelo término de um relacionamento ou pela perda de um emprego ou outros fatores. A terapia do luto ajuda as pessoas que estão vivendo esse momento de fraqueza a encontrem dentro de si novas motivações que as encorajem a viver.

    Alguns ainda têm um determinado preconceito quanto a esse tipo de tratamento, no entanto, é necessário passar por cima dessas concepções antigas e trabalhar com a realidade: se alguém não está conseguindo lidar com a carga de uma perda, é necessário procurar ajuda e retomar o sentido de sua vida.

    A terapia do luto visa auxiliar o enlutado a encontrar, dentro de si, as significações que tem para a vida. Dessa forma, a morte, que é tida como uma experiência revoltante e devastadora, no final, se transformará em agradecimento pela companhia da pessoa que se foi.

    A atriz Cissa Guimarães recorreu à terapia do luto após a perda do filho Rafael Mascarenhas em 2015.  “Não é um dia após o outro, e sim um minuto após o outro”, contou a atriz. A psicologa que auxiliou Cissa durante o período em que ela ficou na terapia afirma que cada um tem o seu tempo para superar o luto. “Procura-se enfatizar que o sofrimento é único e que ninguém o sentirá da mesma maneira. Cada um manifesta sua dor de um jeito para encontrar um alívio”, explicou. 

    Embora não seja muito conhecida no Brasil, em outros países como a Inglaterra e Estados Unidos, a terapia do luto é incentivada e une o esforço de terapeutas, psicólogos e psiquiatras que se empenham em contribuir para a recuperação das pessoas que estão enfrentando um momento de luto. É importante destacar que a morte ainda é um tabu e que os funerais são cerimônias rápidas.  Logo, essa falta de preparo faz com que muitas pessoas não saibam lidar com o luto.

    Geralmente, quando um sentimento é reprimido, ele se torna um problema psicológico, como por exemplo: transtornos de ansiedade, depressão, alteração no sono ou no apetite. Logo, é importante buscar a ajuda de um profissional.  O luto normal apresenta sentimentos inerentes à perda: tristeza, ansiedade, solidão e culpa. Após um ano, esses sintomas se ausentam.

    O luto patológico apresenta esses mesmos sentimentos com muito mais intensidade, o que dificulta o retorno à vida normal. Entretanto, além dos sintomas já mencionados, há também outros sintomas, tais como: pensamentos suicidas, alucinações, isolamento social, consumo de álcool ou substâncias ilícitas.
     

    Entenda como funciona a terapia do luto

    Os pacientes que se propõem a fazer esse tratamento, aos poucos, começam a externalizar os seus sentimentos e buscar questões que ficaram reprimidas no inconsciente para compreender questões que fazem com que esse luto perdure. O objetivo da terapia de luto é, de sessão em sessão, transformar a dor que está no paciente, fazer com que ele reconheça-a, aceite-a e compreenda-a para que, assim, ele consiga sentir-se bem para seguir em frente com a sua vida.

    Ao longo desse processo, o paciente aprende a viver sem a presença do ente querido. Fora isso, a terapia auxilia nas questões práticas, tais como, como doar os pertences do falecido, como criar uma rotina nova, como fazer novas amizades. 

    Como a terapia de luto pode me ajudar? 

    Confira abaixo quais são os pontos que você pode trabalhar com essa terapia:

    •    “Botar tudo pra fora!” A terapia do luto facilita a verbalização e a expressão de sentimentos e experiências relacionadas ao que foi perdido.
    •    Conversar sobre a morte. Diversas vezes, a causa do óbito é algo doloroso (assassinato, suicídio etc.). Ainda que. falar sobre a morte desperte sentimentos e imagens angustiantes, essa ação é fundamental para que se alcance a aceitação
    •    Entender que a readaptação à vida normal é feita com um passo de cada vez
    •    Encontrar um propósito de vida para que o futuro seja visto como algo leve e tranquilo.  

    Busque as boas memórias

    Se estamos sentindo a falta de alguém é porque temos boas memórias com essa pessoa. Então, procure lembrar de forma carinhosa e agradecida do tempo de convivência com o ente querido que se foi. Se possível, relate-as na terapia de luto, pois elas podem auxiliar muito na superação da dor da perda.

    Quando você traz para si uma boa memória, você atrai outro afeto muito importante: a gratidão. Ela é fundamental para a transformação dos seus sentimentos e da forma como a pessoa falecida será lembrada. Afinal, é comum querermos oferecer o melhor de nós nesse momento para que todas as lembranças estejam carregadas de carinho e reconhecimento.

    Não resuma a pessoa à sua morte

    Há algumas atitudes que nos fazem cair em um espaço muito perigoso: nós abandonamos as boas lembranças, abandonamos as significações e experiências e reduzimos a pessoa apenas à sua morte. 

    Por exemplo, isso acontece com frequência entre as pessoas que guardam os pertences do ente querido por um longo tempo. Geralmente, esses pertences são visitados e carregam consigo marcas, lembranças e momentos que não serão vivenciados. Quando esses objetos são guardados, há uma tentativa indireta de sentir novamente o que a presença daquela pessoa trazia para nossa vida.

    No entanto, é preciso compreender que, aos poucos, a gente precisa deixar de pensar na morte daquela pessoa, pois ela foi muito mais para nós em sua vida. Ela proporcionou alegrias, aprendizados e uma convivência única. É preciso deixar a morte ir para a vida e seu significado retornarem.

    Livre-se do sentimento de culpa

    O sentimento de culpa é um dos que mais pedem a terapia de luto. A culpa advém da vontade de controle, do senso de direção. Entretanto, é necessário reconhecer: não temos o controle de muitas coisas em nossa vida. Tomamos algumas decisões sempre acreditando que elas são as melhores para aquele momento. 

    O sentimento de culpa, portanto, não faz sentido, pois no passado não teríamos como saber o que sabemos hoje. Alguns acontecimentos na vida são inevitáveis e não devemos pegar toda a responsabilidade para nós. Vivemos em comunidade e tudo determina a nossa longevidade: a alimentação, os exercícios físicos, o cuidado com nosso emocional e, principalmente, nossas escolhas individuais.

    Retome o cotidiano aos poucos

    Durante esse processo, acima de tudo, é preciso respeitar o próprio tempo. Como as pessoas ficam preocupadas conosco, provavelmente, trarão muitos conselhos. Elas fazem isso porque querem nosso bem. No entanto, só nós temos o autoconhecimento para saber até onde ir, como ir e quando ir. Por isso, você pode retomar o seu cotidiano aos poucos, não há necessidade de mostrar para o mundo a sua superação, esse é um processo seu, individual e responsável.

    Portanto, não se afogue no excesso de trabalho e não mergulhe nas atividades sociais, esquecendo-se de si mesmo. Muitas pessoas buscam nesses afazeres uma válvula de escape e negligenciam o autocuidado, aí, quando percebem, há uma dor que ainda não foi tratada e que pode trazer algumas consequências para a vida pessoal e profissional.

    Eu preciso buscar ajuda?

    Não espere o luto chegar ao estado patológico para buscar ajuda. Normalmente, quem está vivenciando a dor da perda, não consegue perceber o próprio comportamento. Sendo assim, fique atento aos comentários e conselhos dos seus familiares e parentes. Se você notar que um amigo ou familiar está apresentando sinais de constante negação após mais de um ano de luto, o incentive a buscar um profissional.  

    Independentemente do grau de intensidade do luto, procurar ajuda é sempre uma medida positiva. Afinal, não precisamos lidar com tudo sem a ajuda de alguém. Ser forte não é conseguir fazer tudo sozinho nem esconder as emoções. Ser forte é entender as nossas vulnerabilidades e saber pedir ajuda. O atendimento especializado não tem como objetivo apagar as lembranças que foram vividas ao lado do ente querido, mas sim ensinar o enlutado a seguir em frente, guardando os melhores momentos que tiveram juntos.  

    Entenda o momento de procurar ajuda especializada

    Muitas pessoas sofrem bastante por não quererem sentir e constantemente dizem “não quero sentir dor”, “quero matar essa angústia dentro de mim”, “quero superar essa saudade”. Assim, quando chegam à terapia, um dos primeiros processos com o qual se deparam é a necessidade de falar justamente sobre aquilo que está oculto. Parece contraditório, certo?

    Isso acontece, pois, na verdade, nós não vamos à terapia para deixar de sentir, mas sim para compreender o que aquele sentimento está querendo nos dizer. Por exemplo, a dor tem muito a nos falar sobre o quanto nosso ente faz falta, a saudade nos mostra que momentos especiais foram vividos, a angústia diz que algo ainda não foi resolvido. As possibilidades são muitas e individuais. Na terapia de luto, você será capaz de sentir, interpretar e buscar a melhor face de cada sentimento.

    Assim, superar a dor será um momento de libertação para si e para a memória do ente querido que se foi. A vida retomará o sentido e as boas memórias poderão, finalmente, ser fortalecidas. A dor da perda é um processo complicado, mas, a partir do momento em que entendemos melhor nossas complicações, nossas faltas e angústias, entramos em um movimento de recuperação mais sadio.

    Se prevenir para eventuais perdas financeiras

    Outro motivo que traz um enorme desgaste emocional aos familiares enlutados, é o processo dos trâmites burocrático do funeral. Por não saberem como lidar com a situação, muitas famílias são submetidas a situações de estresse, outras têm um gasto financeiro maior que o esperado, devido às pessoas que se aproveitam da situação para obterem lucros. 

    Com isso, torna-se fundamental a assistência de uma empresa especializada. Por meio de um plano funeral, que pode ser individual ou familiar, toda sua família estará isenta de um maior desgaste na hora da perda. O Plano Funerário Familiar possui coberturas que vão ao encontro da necessidade de cada família. Com pequenas parcelas, todos estarão inclusos (até mesmo os cães e os gatinhos) e serão assistidos no momento de maior necessidade. 


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